Instituto Falcão Bauer

O Siamfesp em parceria com o Instituto Falcão Bauer promoveu o Workshop ISO FDIS 9001:2015, com objetivo de apresentar as principais mudanças e os benefícios da nova versão da Norma. A palestra foi ministrada por Marco Antonio de Campos da Quality Way, e pela gerente de Certificação e Treinamento do IFBQ, Cleide Fróis.

De acordo com Marco é importante lembrar que a nova versão está em consulta pública, logo, é preciso aguardar a aprovação para adotar os novos critérios. Ele explica que existe uma grande expectativa pela aprovação da revisão, uma vez que ela trouxe uma série de requisitos novos que deverão contribuir para a gestão das empresas. "Essa norma está muito menos documental. Sempre existiu uma reclamação de que a ISO 9001 acaba burocratizando os processos. Essa questão documental, na minha visão, foi resolvida e chegou ao limite que dava, pois, algum documento a empresa precisa ter para operar corretamente".

Ainda segundo o palestrante, outro ponto importante é o relacionamento com as partes interessadas. Ele explica que a norma de sistema de gestão evoluiu daquela gestão fornecedora empresa/cliente para uma gestão de partes interessadas. "Preciso reconhecer e entender que existem outras entidades que podem afetar o meu sistema de gestão e eu preciso estabelecer uma forma de me relacionar com elas para evitar qualquer problema e aproveitar para maximizar essa relação. Nós temos exemplos de empresas que começam a se relacionar com a comunidade e ganham uma certa proteção dessa comunidade. A comunidade vai fornecer para a empresa mão de obra de qualidade e uma imagem diferenciada".

Outra questão importante que está sendo abordada na ISO 9001:2015 é a questão de gestão de risco. Outras normas no sistema de gestão como a ISO 31000 já abordavam esse processo, no entanto, agora ele está sendo trazido dentro do sistema de gestão da qualidade, explica Marco. "Não é uma gestão de risco ampla, é focada para assuntos de gestão de qualidade, mas é uma questão importante porque as empresas vão ter oportunidade de tentar identificar quais daqueles elementos podem colocar em risco o seu sistema de gestão e a partir do momento que você gerencia isso, consegue ter um desempenho melhor".

Para Cleide Fróis é importante esse tipo de orientação aos empresários, já que a norma ISO 9001 se aplica a grande maioria das empresas. "Em função da mudança, nós como organismo certificador, temos três anos para fazer a migração da 9001/2008 para a 9001/2015. Nesses três anos faz parte do nosso papel como organismo trabalhar essas mudanças, divulgar as informações e buscar o questionamento, e por consequência entender as dificuldades e as dúvidas do mercado para que possamos saná-las, além de ter essa migração de uma forma cada vez menos impactante para as indústrias e para as empresas de forma geral".

Em termos de adaptação Cleide acredita que não haverá grandes problemas. "A norma está em harmonia com as práticas e necessidades atuais de mercado. A versão 2015 trará uma vertente nova que é Gestão de Risco, ao invés de uma abordagem única para todos os requisitos, nos desafiará a analisar os riscos de acordo com as particularidades de cada negócio. O que significa que as empresas terão que planejar um sistema específico e adequado à sua realidade e os organismos terão que trazer essa mesma abordagem, alinhados a esta visão, em suas auditorias à cada empresa.